segunda-feira, 3 de maio de 2010

а теперь... в Порту-алегри, чэ!

Mais uma mudança na vida. É desta vez a mudança é menos radical não troquei de continente, nem de país). Mas a mudança foi parecida com a que eu fiz antes de ir pra Rússia: inesperada, rápida, e um tanto bizarra. Lembro q daquela vez eu tive 2 semanas e meia para tirar o visto russo, comprar as passagens de avião, fazer meu desligamento com a empresa p/ a qual eu trabalhava (contar pros meus chefes sobre a minha decisão), comprar roupas de frio, ver moradia lá em Moscou. O mais interessante é que toda a mudança se deu bem no momento em q a Rússia tava em guerra com a Geórgia. Aliás, a prória resposta da universidade russa sobre a aprovação do meu intercâmbio foi dada no exato dia em que a guerra começou. Saudades dos meus tempos insanos.
Desta vez a mudança é dentro do meu próprio país. Mas isso não significa que ela tenha se transcorrido sem trancos e barrancos. Eu tinha feito as provas de seleção, acreditando que as aulas só começariam no segundo semestre. Seria bem lógico: seleção no semestre X -> aulas a partir do semestre (X+1). Não foi o caso. Seleção nas semanas X e (X+1), aulas a partir da semana (X+2). Пиздец!!!
Nessas últimas 4 semanas eu devo ter rodado uns 5000km de ônibus (haja dramin heheheheh), com paradas em Foz do Iguaçu, Ciudad del Este (Paraguai), Puerto Iguazu (Arg.), Buenos Aires, e, óbvio, Porto Alegre. Houve uma volta pra SP e outra p/ Little Gold metropolitan area.
Mas valeu a pena. Diverti-me D+ em Buenos Aires, comprei 3kg de erva mate de 5 países (considerando o Rio Grande do SUl aka República do Piratini HUA).
Bom, eu acho que essa mudança vai ser boa. Vai ter jogo do SPFC daqui a 4 semanas no Beira-Rio HUA, óbvio q vou ver. Já disse tmb q eu posso ir no jogo do Inter ou do Grêmio desde que o adversário seja a Sociedade Esportiva Corinthians ou o Sport Clube Palmeiras Paulista HUA.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Perestroyka v website


Gte, depois de 1 ano de inatividade, o blog mais russo do Brasil ou vice-versa está de volta. Tipo assim, começando a segunda temporada. A proposta agora é postar coisas aleatórias que me chamarem a atenção conforme o tempo, mas desta vez em terras brasílicas.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Deixando a Rússia por um tempo

Terve!

Ou simplesmente "olá", em finandês. Cheguei agora há pouco em Helsinki, capital da Finlândia. Terra do Papai Noel, da Tarja Turunen, da Nokia, Raikkonen e de outras personalidades com nomes bizarros.
Aliás a palavra que resume a sensação de atravessar a fronteira russo-finlandesa é choque.
Atravessar a fronteira foi algo (muito) bem mais fácil do que eu pensava. Apesar de ser parte da fronteira Rússia/ União Européia, o controle foi extremamente "ameno". Primeiro, tanto no lado russo como no finlandês, nem tocaram na minha mochila, nem se preocuparam de saber quanto de dinheiro eu levava e tals. Só perguntaram o tempo que eu ia ficar aqui. Na Rússia o guarda fez umas perguntas, mas em relação à faculdade onde estava estudando (de alta reputação, pelo menos no país).
Abrindo parênteses, quem já foi para a Argentina deve ter passado por situações bem desagradáveis. Do tipo, no vôo em direção a Buenos Aires, o dato de as aeromoças terem de passar um spray no ar para impedir a proliferação, no sagrado ar puro argentino, de micróbios e outros bichinhos safados (que proliferam no ar brasileiro). E na fronteira terrestre a situação não é melhor. Isso porque compartilhamos o MERCOSUL. Enfim, nada disso entre Finlândia e Rússia, países que estavam em lados opostos na II Guerra e durante a Guerra FRia eram desconfiados um do outro. Um é membro da União Européia, o outro não. Ok...
Outra coisa qe chama atenção no momento em que cheguei a Helsinque é, apesar de ser a capital do país, parece ser bem pacata, tranquila, sem os congestionamentos rotineiros com os quais estou muito bem acostumado (tanto em SP quanto na própria Rússia. Aliás, Moscou não fica muito atrás da capital paulista no quesito trânsito caótico).
Helsinque é definitivamente outra coisa. O clima aqui tzmbém é bem mais ameno do que em Moscou. Meu maior receio, no entanto, é que a temperatura aqui encontra-se (no momento), em torno de 0°C. OU seja, perigo nas ruas: a água pode congelar e derreter no mesmo dia, fazendo com que se forme gelo (em russo gololyôd) no chão. O que isso significa: escorregões e prováveis tombos. Não, aquelas cenas dos russos caindo hilariamente no chão não é (somente) culpa da vodka.
Outro choque, esse de verdade mesmo: a língua finlandesa. Imagine o idioma dos ETs. Sim, o finladês poderia ser considerado um. Eu vi uma palavara aqui que era uma frase inteira (deveria ter umas 30 letras). Normal. Pelo menos eles falam inglês, alguns inclusive russo :D
Ficarei por aqui durante dois dias, num albergue que fica praticamente dentro do Estádio Olímpico. Instalações satisfatórias.
Por fim, há uma diferença drástica entre a Rússia e a Finlândia. Na primeira, uma espécie de Brasil polar: pessoas pedindo esmola, Ladas e similares (praticamente 70% da frota nacional), barro congelado na calçada. Na segunda, trânsito mais organizado, motoristas respeitam pedestre, carros de marcas européias (se tiver lada, é por que é de algum russo passeando por aqui)
Mais fotos virão. Chequem meu facebook ou orkut. Ou os dois :)

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Mais de Peter

Bom, creio que apenas um post seja impossível de descrever o que eu já vi aqui em São Petesburgo, em que pese eu esteja aqui há apenas 2 dias.

Pra começar, um fato sinistro, logo quando cheguei aqui. Muitos vão pensar, o que está acontecendo com ele? Calma, pra estragar o suspensa, já digo de antemão que está tudo bem, em paz. Ao chegar aqui, a primeira coisa a fazer, claro, é ir direto ao albergue onde estou, para deixar colocar todos meus pertences num local relativamente seguro.
Uma coisa estranho do metrô daqui é que você não vê o trem chegar. Existe uma parede que impede às pessoas de terem contato direto com os trilhos - a única passagem existente são portas, que se abrem quando o trem chega e abre as suas portas também. É algo estranho, só vendo mesmo para entender.
O caso é, ao chegar na plataforma, as portas se abriram e entrei no trem. Subitamente, algo muito estranho acontece na porta do metrô. Foi muito rápido, e eu demorei para captar o que era aquilo...
Mal entro no trem e forma-se uma multidão, que parecia bloquear a entrada. No primeiro instante pensei, deve estar cheio e há pessoas querendo sair. Só que eu percebi que o vagão não estava lotado e a "concentração" estava perto da porta. E ouvi alguém que bloqueava dizer "na próxima, na próxima!". Foi aí que caiu a ficha: era uma tentativa de roubo! Senti uma mão querendo entrar no bolso, e de reflexo peguei nessa mão e apertei com uma força que não sei da onde veio. E empurrei o tio que tava na minha frente e joguei a minha mala em direção dele. E depois vi que o dono da mão era um pivetinho, não deveria ter mais do que 12 anos. Eles viram que não iam sair no lucro e pularam fora.
O que é mais gritante é que, ninguém no vagão, nem as pessoas que estavam bem próximas do incidente, prestaram algum tipo de socorro ou tiveram qualquer reação. Ficaram indiferentes, apáticos ao quase-crime que testemunharam. Fiquei bambo no momento, demorou um tempo para me recompor e voltar ao estado normal. Tanto que, na próxima estação desci e fui pegar um taxi para meu albergue...

domingo, 18 de janeiro de 2009

Piter

Escrevo este post em São Petesburgo, ou Petesburgo, ou ainda, como os russos carinhosamente se referem À antiga capital, Piter. Eu gostei da última opção.
O panorama da cidade é radicalmente distinto do de Moscou. Moscou tem um plano urbanístico que se baseia em sucessivas circunferências concêntricas, que gravitam em torno do Kremlin. Em outras palavras, existem vários anéis que partem do centro da cidade, e o mais distante deles está mais ou menos 100 km do centro. No final das contas, o que se tem é uma cidade em forma de teia de aranha.
«Piter» é outra história. A cidade é bem nova — até Curitiba é mais velha! Piter foi fundada no começo do século XVIII (fez 300 anos há pouco tempo) pelo czar Pedro, o Grande. Vocês brasileiros conhecem bem essa história, a cidade foi fundada para ser a capital do país. Só que olha só como cada povo pensa diferente: Brasília foi construída como forma de povoar o interior do país, de tornar a capital menos sucetível a ataques externos, já que o Rio era considerado meio vulnerável. Os russos tinham outra coisa em mente e a mudança de capital foi em sentido inverso: do interior para o litoral. Na verdade, queriam fazer da Rússia um país mais europeu, ou senão aproximá-la da Europa, e para isso, resolveram construir um novo palácio imperial voltado para a Europa, e soma-se a isso o fato de que ter uma capital litorânea seria mais fácil para desenvolver uma marinha respeitável (a coqueluche da época).
E desde sua fundação até 1917 foi a capital do Império Russo. Sim, foi aqui, e não em Moscou, a residênica e o posto de trabalho dos czares como Catarina, a Grande, Alexandre I e II, Nicolau I e sua versão II, o retorno.
Foi aqui também onde viveram (ou viveram durante parte de suas vidas) escritores hiperconhecidos (é assim que se escreve na nova grafia??) como Dostoyévskiy, Lêrmontov, e o escritor preferido entre 15 em cada 10 russos, Púshkin. Na vedade ele passou grande parte de sua vida num lugar perto daqui, que se chama «tsárskoe syelo» (algo que em português soaria como vila imperial ou qualquer coisa do tipo). Se der tempo, vou conhecer esse lugar.
Também considero seriamente uma breve viagem até o país da Nokia, do Papai Noel, da Tarja Turunen, de Raikonnen em da vodka Finlandia. Acho que não preciso ser mais direto pra dizer aonde quero ir, né? Daqui até Helsinki são 6 horas de trem (ou seja, bem mais perto do que Moscou).
Curiosidades de Piter:
Dias de inverno: o sol aparece às 9:30 e se põe um pouco antes das 16:00. No verão me disseram que às 2 da manhã ainda tem sol.
Inverno propriamente dito: preocupante. Culpa do aquecimento global: ontem saí sem cachecol e não passei frio. Também não vejo nada de neve nas ruas (em Moscou pelo contrário, neve em todos os lugares, e especialmente uma espéciel de barro nojento congelado, que só derrete quando você chega no calor do lar).
Museus: aqui como em Moscou um passeio bem típico é ir a algum museu. Reza a lenda que é possível visitar um museu diferente em cada dia durante um ano. Loucura, loucura.
Pogulyat' — verbo mais do que imprescindível em russo. Significa, em claro português, «dar uma volta». Frequentemente pronunciado inclusive nos dias mais fresquinhos — leia-se -20 graus ou menos.
Me falaram para não beber a água da torneira daqui, pois a água apresenta excesso de metais pesados, utilizados para combater micróbios e outros bichinhos nocivos que nadam nos encanamentos locais.
Por falar em ambiente, Piter foi construída sobre uma região pantanosa — vulgo brejo. E para construir a cidade foram necessários milhares de trabalhadores, muitos dos quais pereceram durante a construção da nova capital Brasíli..., digo, Piter.
Por falar em nome, acho que dificilmente uma outra cidade no mundo sofreu tantas mudanças de nome como esta onde lhes escrevo. No começo era São Petesburgo. Aí no começo do século XX deu a louco no povo daqui e resolveram mudar para Petrogrado. Depois veio a revolução russa, e com ela a União Soviética e um novo nome, Leningrado. Assim ficou até 1991, quando do fim do comunismo e da própria URSS, mudaram para o nome mais antigo, São Petesburgo. Bela escolha.
Algumas pessoas apelidaram S. Petesburgo como a «Veneza do norte», em função dos inúmeros canais e ilhotas que existem por aqui. A principal diferênça em relação à Veneza original é que aqui, especialmente no inverno, é impossível navegar, já que tudo congela. Mas vale a pena dar uma caminhada ao longo dos canais. Pode ser romântico...
Rivalidades Moscou x São Petesburgo. Foi eu dizer «estou vindo de Moscou, estou morando lá» para que os locais esbugalassem os olhos e perguntarem sonoramente «PRA QUÊ????». Eles acham que Moscou é uma cidade muito caótica, as pessoas são frias e ríspidas, trânsito, confusão, barulho, só pensam em trabalhar, stress, enquanto que aqui as pessoas são mais tranquilas, mais humana, o trânsito em bem menos descomplicado, sabem aproveitar a vida, perto do mar... acho que eu já ouvi esse debate em algum lugar, não sei onde... só falotu dizer que o petersburguense tem a ginga, tem o samba no pé e tals.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Incidentes

Notícias, muitas

É, fazia já bastante tempo que não boto a mão no meu próprio blog, que encontrei algumas teias de aranha ali no cantinho. Primeiro gostaria de perguntar a você: como foram os primeiros dias de 2009? Espero que tudo tenha transcorrido bem, sem sustos e surpresas.

Pois bem, vou começar esse post relatando os primeiros percalços que o novo ano me reservou. Dia 8, logo depois do Natal ortodoxo, fui ao centro trocar uma parcela dos meus traveller cheques. Até aí normal, como das outras vezes. Como já eram 6 da tarde, resolvi ir a um shopping local jantar. Depois de manggiare, resolvi voltar para casa. E assim foi. Chegando ao dormitório, reparo que a carteira está bem mais vazia do que antes. Eis o susto: todo o dinheiro trocado havia sumido! Vasculhei a casa inteira, afinal, não era possível que toda aquela quantia havia simplesmente evaporado! Mas a busca foi em vão: eu tinha sido roubado.
Até hoje não sei exatamente como e quando esse crime aconteceu, mas suspeito que tenha sido dentro do metrô, que por sinal estava bem cheio.
Três dias depois, ainda mal recuperado da perda material e do baita susto, alguns amigos me chamaram para ir a um bar. Pensei: vou levar desta vez bem menos dinheiro e só os cartões, para eventuais gastos lá. Dito e feito. O problema é que, na volta, já quase manhã, estava extremamente cansado e acabei coxilando no metrô (pois estava sentando e com a cabeça encostada na parede). Chegando na minha estação, percebo um vazio no meu bolso. Não pode ser! A carteira sumiu!!!! Entrei em pânico, avisei aos guardas que estavam por ali, e talvez pelo meu desespero, não conseguiram me entender bem. O sono que tinha até havia pouco tempo tinha desapareceu, dado o pânico que me tomou por completo. Não conseguia me conformar: como eu não percebi o roubo, e DE NOVO! Sofri muito nos dois primeiros dias, tanto que, me tranquei no quarto e de lá não quis mais sair. Estava mais do que apavorado. O que eu perderia depois? O resto do dinheiro? Ou, pior ainda, o passaporte??
Foi somente após a longa chamada telefônica com os meus pais que respirei um pouco e comecei a raciocinar e recuperar um pouco da auto-estima. Naquela exata hora eu precisava de uma voz que me compreendesse a situação e que me mostrasse as soluções adequadas para sair do apuro.
As perdas materias foram bem consideráveis. Em dinheiro vivo, perdi uma quantia que me sustentaria facilmente durante um mês. Na carteira estavam meus cartões de crédito (com senha, pelo menos), e a minha carteira de motorista, único documento original que porto. Chegando ao Brasil, a primeira providência será obter a bendita segunda via desse documento. Não quero voltar a ser só pedestre!
Hoje já me superei consideravelmente esses desastres sucessivos, tenho ciência que foram lapsos lastimáveis, e espero que, se for repetir (e espero que não), que seja não durante uma viagem e num país tão distante como este.
Outro problema que tive foi a extensão do visto, que em janeiro, demorou mais do que devia. Até o dia 13 deste mês, não pude sair de Moscou devido à falta de um documento, uma espécie de passaporte interno, um sinistro resquício dos tempos soviéticos. É uma forma de controlar o movimento interno da população do país, e em Moscou, especialmente, esse controle é bem rígido. Com esse sistema, eles regulam a saída e especialmente a entrada de pessoas na cidade (pelo que entendi, é necessário ter algum tipo de vínculo com alguma instituição para obter esse registro, o que significa, se o sujeito for um desocupado, ou ele não poderá vir a morar em Moscou). Enfim, sem esse documento não era possível sair de Moscou (ou melhor, da região metropolitana). É o espetáculo do direito de ir e vir.
Diante disso, mees principais passeios nesse meio-tempo se limitaram, naturalmente, a Moscou. De vez em quando para uma cidade próxima, dentro de um raio não maior que 100km. Mas graças a Deus isso passou...